sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vamos começar...

Por onde eu começo?
Todo mundo já se perguntou isso quando a ideia de aprender bruxaria passou pela cabeça. E se você está lendo isso, é porque, de alguma forma, já começou. Se você está começando ou pensando em começar (o que significa que você já começou), então pegue uma xícara de chá de maracujá que vou dar algumas dicas:
Primeiro, nenhum estudo é igual. Como Joãozinho estudou vai ser diferente do Betinho, embora as lições possam ser exatamente as mesmas. Ou completamente diferentes. Logo, procure o seu método de aprendizagem.

Solitário  ou Coven?
Na minha mais humilde opinião, de nada adianta procurar um coven se você não tem a mínima noção de pelo menos o básico sobre bruxaria. Eu penso que todos deveriam estudar por conta própria, através de livros ou pesquisas na internet (prefira livros, SEMPRE). Leia tudo, escreva sobre tudo e pratique. Com algum tempo de prática, eu poderia sugerir que você procure um coven, caso tenha interesse em praticar em grupo. Pense assim: tem muita gente maluca (não só na bruxaria), e se você souber o básico, ninguém vai te passar a perna ou te vender um treinamento que custa um rim.

Que livros eu devo ler?
Sabe aqueles livros enoooormes só com feitiços e magias? Fique longe deles pequeno gafanhoto. Você precisa, antes de tudo, aprender a história e os conceitos por trás de tudo o que você pensa ser a bruxaria. Depois, o básico para começar a praticar (meditação, instrumentos, altares e etc.).
Na hora de escolher um livro, pense: a bruxaria tem fortes “raízes” na Europa e nos Estados Unidos, então, prefira livros de autores desses lindos lugares. Sim, eu aconselharia a fugir de qualquer livro nacional sobre bruxaria, pelo menos por enquanto. Tem muitaaaaa coisa traduzida e muitoooooooo mais em inglês (não sabe o idioma? Google tradutor ta ai pra isso). Alguns autores são pessoas incríveis e realizam um trabalho maravilhoso, dentre eles: Laurie Cabot, Christopher Penczack, Ly de Angeles, Rae Beth, Raymond Buckland, Oberon Zell Ravenheart, Raven Grimassi, Edain McCoy e talvez um pouco de  Scott Cunningham. 

Só ler adianta?
Se você quer ser um pesquisador, então talvez seja o suficiente. Mas eu creio que você busque a prática certo? Então, leia e pratique tudo o que puder. Muitos autores escrevem os livros de forma bem didática, incluindo tarefas, que você pode ir realizando à medida que estuda. Nesses casos, dê uma atenção nas obras do Christopher Penczack, Raymond Buckland e Edain McCoy.
Eu li, pratiquei e agora devo escrever livros e ter um canal no youtube?
NÃO! Agora, você tem uma base firme para trocar ideias com outros praticantes e, se for de sua vontade, procurar um coven. Continue lendo, praticando e o principal: VIVENDO tudo o que aprende no dia-a-dia. Hoje em dia, a bruxaria virou modinha e parece que é bacana ler um livro e criar uma página no facebook e fazer vídeos. Mas não esqueça de que o verdadeiro trabalho deve ser a mudança interna. Se o seu interior não mudou em nada com as leituras e as práticas, talvez isso não seja para você.

A bruxaria é para todos?
NÃO. Nunca foi. Nunca será. Mas isso deixo para um próximo post.

Deixo com vocês um vídeo da Laurie Cabot, que pode lhe ajudar um pouco em sua jornada. Se você está iniciando agora, seja bem-vindo. Se já é um praticante, obrigado por ler. Independente de quem você for, abençoado seja!




Se você tem alguma dúvida ou quer referencias sobre livros e afins, pode me mandar um e-mail, perguntar no ask, facebook e afins. Fico feliz em ajudar quem realmente deseja adquirir conhecimento.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Feliz Dia da Terra

        Hoje, dia 22 de abril, se comemora o Dia da Terra. A celebração foi criada em 1970, com o intuito de chamar atenção para os problemas que o planeta enfrenta. Clique aqui para saber maiores informações.
        Neste dia, ao redor do mundo, pagãos de todas as tribos celebram não apenas a saúde do planeta, mas também a Grande Mãe Terra. Se você der uma rápida olhada no facebook, verá diversos posts com fotos bonitinhas e frases profundas sobre o cuidado com o planeta.
Ação do Google para o dia.

     Claro que uma data é um dia que pode ser usado para chamar a atenção das pessoas em prol de um objetivo. Mas venha cá, pequeno gafanhoto, você está “cuidando” do planeta somente hoje? Se a resposta for sim, então, bem, estou te espancando mentalmente.
     Como pagãos, vemos o planeta Terra não somente como o mundo mundo em que vivemos. Ele é um ser vivo, nossa divindade maior. Ela (a Terra) é nossa Mãe, é dela que tiramos nosso sustento, é ela que nos abriga e, porque não, nos ensina as mais belas lições. Se você é um pagão (caso contrário penso que não estaria lendo este blog), você tem o dever de cuidar do planeta TODOS OS DIAS.
      Aproveitando, vou dar algumas dicas para você ajudar a manter a energia do planeta.
- Se você é reikiano ou pratica qualquer outra arte de cura, não esqueça de curar o planeta constantemente. Aplique reiki no planeta Terra, envie luz colorida, qualquer ajuda está valendo.
- Que tal separar o lixo de sua casa? Não tem colheta seletiva de lixo na sua cidade? Separe materiais que você pode reutilizar, como garrafas PET, latas, etc.  Quem sabe você aprende um pouco sobre artesanato e ganha um dinheiro extra?
- Tenha um jardim. Se você não tem espaço, construa jardins verticais, utilizando garrafas PET ou até pequenos vasos podem servir.
- Mesmo na cidade, há várias espécies de pássaros. Deixe um bebedouro em sua janela/quintal. Só não esqueça de “abastecê-lo” sempre que a água acabar.
- Rae Beth ensina algo ótimo. Toda vez que ela faz um pedido, ela por três vezes: um desejo para ela, um para um amigo e outro pelo mundo.
- Pegue uma vela verde e unte-a com um óleo de sua preferência (sugiro rosas brancas). Projete a imagem de um mundo em paz e tranquilo. Veja, na tela de sua mente, pessoas em paz entre as nações. Veja árvores crescendo onde antes havia desmatamento. Veja os animais em seu habitat natural, convivendo em perfeita harmonia com os humanos. Projete todas essas visões na vela. Então, acenda-a repetindo algum encantamento. Algo como este que escrevi:

“Acendo esta vela com a intenção de curar
e a harmonia na Terra restaurar
Para este planeta que é o meu lar
a cura é enviada enquanto esta vela queimar.”

Deixe a vela queimar até o fim, meditando sobre a cura do planeta. Se sobrar restos de cera, pode enterrar, pedindo, mais uma vez, pela cura do planeta.



Feliz Dia da Terra! Que você possa curar a Mãe e que a Mãe possa te curar. Abençoado seja!
Qualquer dúvida, opinião ou recado, pode enviar para circulodabruxa@gmail.com
Não esqueça de deixar seu comentário e compartilhar com quem gosta.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Construa o SEU altar.

Quando começamos nosso estudo na Bruxaria, uma das primeiras coisas que os livros ensinam é a criação de um altar. Tal é a empolgação de montarmos um altar, que muitas vezes acabamos por esquecer o real significado de sua criação.
Os altares aparecem desde o período paleolítico, e é fácil perceber existência ligada a religiões. Mas não devemos entende-lo como único de exclusiva religião. Você pode não ter religião e mesmo assim possuir um altar – ou mais – em sua casa.
O altar é muito mais que uma mesa cheia de enfeites, com representações dos elementos. Ele é o seu ponto de poder. Uma representação do seu mundo em versão menor. O altar é um espaço sagrado onde você se ligará a outros mundos, e nada mais justo do que construir esse templo de forma “correta”.
Altar de Selena Fox
Muitos praticantes estão acostumados a seguir os passos indicados em livros, colocando cada objeto em seu devido lugar, indicado nas instruções. Quando criamos um altar, devemos saber exatamente o que CADA coisa representa e porque ela está onde foi colocada. Lembre que ele representa o seu mundo. Que espécie de mundo representaria um altar todo bagunçado e que não faça o menor sentido aos seus olhos?
Segundo a autora D.J Conway, há quatro passos na construção de um altar:
1.Saber exatamente o porquê do altar.
2.Planejar o altar.
3.Reconhecer as emoções envolvidas na decisão.
4.Construir.
Comece refletindo sobre a função do altar. Talvez ele seja um altar de devoção para alguma divindade, um altar exclusivo para a magia, um altar para a proteção da casa, ou quem sabe até mesmo um para atrair a felicidade aos habitantes do lugar. Eles são muito mais do que um mero local onde deixar suas ferramentas rituais.
Após sua decisão por montar um altar, pense na melhor forma de representar seu mundo. Você possui uma infinidade de formas de utilizar suas emoções e sentimentos, expressando seus desejos: preste atenção nas cores, formatos, objetos que representarão aquilo que quer no seu mundo. Ou talvez ele seja simples, apenas com a estatua de sua Deusa e uma vela. Não importa, desde que ele faça sentido para você.
Quando estiver decidido sobre a melhor organização do seu espaço sagrado, comece a construir. Use uma mesa, uma prateleira, uma pedra, ou uma gaveta. Forre com um tecido, utilizando cores e símbolos, e disponha os objetos na forma como achar melhor. Só porque um livro diz que sua taça deve ficar a oeste, não significa que você é obrigado a deixá-la neste ponto cardeal, se não fizer sentido para você. Monte seu altar da forma como entender.
Depois que montar seu altar, não esqueça de manter a energia circulando. Utilize-o orando, entoando cânticos, acendendo velas, queimando incenso. E não esqueça de manter a limpeza em dia. Assim como sua vida, o altar deve se manter limpo.
Há muito o que se falar sobre a construção de altares, mas que tal começar com o que possui em casa e montar um espaço onde você possa cultuar o seu sagrado? 
Altar do Temple of Witchcraft



Qualquer dúvida, perguntas, sugestões e criticas, você pode entrar em contato comigo pelo e-mail: circulodasbruxas@gmail.com

Referência Bibliográfica:
A Little Book of Altar Magic, de D.J Conway.

Vídeo Referência: https://www.youtube.com/watch?v=BxZtMhEhXBs (em inglês, mas vale a pena dar uma olhada mesmo que não entenda nada do que a moça fala.)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Apenas sinta.

“A chama da vela continua acesa, mesmo com a brisa que invade a janela e sopra seu cabelo. Você é uma mulher forte, de braços erguidos em direção aos céus. Lá no alto, a Lua joga seus raios prateados, que se mesclam com sua aura. Luz e energia. Você sente aquilo que jamais poderá ser vendido ou julgado. Você sente o real poder da Mãe.”

Eu lembro que quando eu era menor e se falava em magia e bruxaria, havia sempre um ar de mistério. Eu lembro de uma senhora que morava em uma pobre vila próxima a minha casa. Inúmeras vezes foram as que fui levado até ela para que ela me benzesse de vários males. E sempre funcionou. Diversas eram as lendas que circulavam a fazenda onde eu cresci. As antigas figueiras guardavam em si os mistérios da noite, ou a tal mulher de branco que cruzava o campo e era o motivo das crianças não saírem a noite. Ou até mesmo os tambores que eu ouvia no eterno silêncio da madrugada.
Todas essas coisas que assustavam meus primos, faziam meus olhos brilharem. Se toda essa magia existia, porque não aprender? As rezas das benzedeiras da vila, os mistérios que aquelas árvores escondiam, o forte tambor que ecoava pela noite. Nada disso era vendido, nada disso era distribuído em livros. Mas eu poderia aprender, bastava sentir.
Atualmente, vemos (me referindo a Brasil), uma total falta de respeito com todos esses ensinamentos. Vemos tanto pessoas se aproveitando para vender seu curso, seu livro, ou até mesmo seu alter ego, como pessoas que se colocam no direito de julgar a prática dos outros.
Há muitas formas de se praticar Bruxaria. E a sua, não importa qual seja, está correta desde que ela funcione para você. Mas sabe por que a sua prática incomoda tanto a dos outros? Insegurança, meus caros. Eu recebo muitas mensagens de pessoas que se sentem reprimidas por uma elite da bruxaria. Para todas, eu respondo a mesma coisa: não importa quem  apareça nos meios públicos ou quem se diga dono da verdade. No final, a verdade vai ser entre você e Os SEUS Deuses.
Eu, particularmente, acho maravilhoso quando encontro pessoas em meu caminho que praticam de forma totalmente diferente. Onde muitos poderiam ver uma ameaça (tanto de fama, popularidade ou poder), eu vejo uma oportunidade de aprender. Não importa quantos anos de prática e estudo eu possua, não importa com qual tradição eu estudei, a Deusa sabe ensinar das maneiras mais diversas possíveis.

Não tenha medo de ser julgado, não se feche dentro de um casulo com medo do que outros vão dizer. Não importa o nome que você dê a sua prática. Importa mesmo o que você carrega em seu coração, sua verdade. Quando alguém apontar o dedo pra você e lhe acusar de não ser uma bruxa, sorria. Um verdadeiro filho da Grande Mãe não precisa de reconhecimento público ou certificados. A Mãe sempre vai reconhecer Seu filho.